O país esteve ontem literalmente parado para testemunhar o lançamento do Ano Samora Machel, cujas cerimónias centrais foram presididas pelo Presidente da República, Armando Guebuza.
As mesmas tiveram lugar na província de Gaza, mais concretamente na cidade de Xai-Xai, onde o estadista moçambicano descerrou a primeira estátua - de um número de 11 a serem erguidas em todas as capitais provinciais - comemorativa dos 25 anos após a morte do fundador da nação moçambicana.
Para além do Presidente Guebuza, tomaram parte no evento membros do Governo Central, figuras ligadas ao mundo empresarial, membros do corpo diplomático acreditado em Moçambique, membros seniores do partido Frelimo e de alguns partidos políticos da oposição e uma moldura humana que acorreu à cerimónia.
O evento iniciou por volta das 09h00, com o Presidente da República a proceder ao descerramento da estátua erguida em homenagem a Samora Machel. De seguida, Armando Guebuza visitou a exposição fotográfica contendo imagens de Samora Machel desde os treinos militares, actividades políticas, produtivas, entre outras.
Uma hora mais tarde, as atenções viravam-se para a praça onde teve lugar o comício popular orientado pelo Chefe do Estado. O discurso de Guebuza à nação, a partir de Xai-Xai, foi antecedido por vários discursos, com especial enfoque para o discurso emotivo de Samora Machel Jr., filho de Samora Machel, que descreveu o pai como tendo sido um bom pai de família, que sempre lhes ensinou a respeitar as pessoas e nunca usar o estatuto de filhos do presidente para ofender a quem quer quem fosse; um presidente que, acima de tudo, gostava de ouvir e que detestava ser rodeado por bajuladores ou de pessoas que preferiam dizer que tudo estava bem com receio de ofender o chefe.
Representante da oposição Nota de relevo no que tange aos discursos vai também para o facto de o protocolo do Estado ter convidado Ya-qub Sibindy, presidente da chamada Oposição Construtiva, a proferir o seu discurso em nome dos partidos políticos da oposição enquanto, no evento, estava presente um membro de um partido com representação no Parlamento. Trata-se de Geraldo Carvalho, deputado da Assembleia da República pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM) e representante deste partido naquele evento.
O facto suscitou curiosidades, pois um líder de um partido sem representação parlamentar falava em nome de partidos políticos da oposição, incluindo aqueles que representam, de facto, os anseios dos eleitores no Parlamento.
O Presidente da República, Armando Guebuza, foi o último a intervir e na parte final do seu discurso disse o que passamos a citar: “Temos a honra de declarar oficialmente lançado o Ano Samora Machel”. Paralelamente às cerimónias centrais, este acto foi replicado em todas as capitais provinciais e nos 128 distritos do país.